Postado na categoria Dicas em 7 de dezembro de 2016 por Grasi e Luciano

Dinheiro para viajar: Tem gente que viaja enquanto você paga contas!

Nós escolhemos viajar!

Pode soar arrogante, mas tem gente que viaja enquanto você vive para pagar contas. É uma verdade e a gente pensou em dar uma polemizada mesmo. Muitas pessoas acham que é “chique”, coisa de “bacana” e sempre falam que não tem dinheiro para viajar. Quando conversamos com pessoas assim, observamos que praticamente todas elas poderiam fazer o mesmo que a gente. Mas por que não fazem?

É inevitável que o assunto “viagem” entre em pauta em quase todas as conversas com amigos e familiares. Em vários desses papos as pessoas se mostram surpresas sobre como lidamos com as viagens, fazendo delas parte fundamental de nossas vidas.

Depois de várias dessas situações, podemos esclarecer o porquê de elas não “poderem” fazer o mesmo (em 90% dos casos) e se colocarem tão distantes desse estilo de vida. Querem saber? É porque tem parcela da casa, do carro e do cartão pra pagar. Viajar, definitivamente não está entre as prioridades. Os outros 10% que não têm as parcelas pra pagar, são pessoas que não se organizam e lançam desculpas pra não fazer.

 

O sonho da casa própria

A gente optou por um estilo de vida com mais liberdade. Vivemos de aluguel desde que decidimos morar juntos. No início da nossa vida profissional não dava pra dar entrada num apartamento, e com as mudanças de cidades esse era o único caminho. Como já nos mudamos algumas vezes, fomos entendendo que comprar um imóvel não era prioridade. Analisamos diversos prós e contras e encontramos muito mais motivos pra não investir num apê. Nós brasileiros temos uma cultura sobre casa própria como algo fundamental, um símbolo de realização, de sucesso. Carrão vai na mesma linha, onde o sucesso é medido por esses bens.

Há alguns anos fomos numa palestra do Gustavo Cerbasi, o maior especialista em finanças pessoais do Brasil, e ele falou o seguinte: “Você acha ruim pagar aluguel, mas já percebeu que na maioria das vezes quem mora em casa própria está pagando aluguel do dinheiro pro banco?”. Foi um tapa na cara de quem estava pesquisando classificados de imóveis.

E isso é óbvio, mas pouca gente enxerga e vários argumentam: “Ah, mas no final eu tenho um imóvel”. Beleza, legal, mas nesse meio tempo você também pode deixar muita oportunidade passar, pois vai decorar o apartamento, fazer móveis planejados, investir nele. E se você receber uma proposta legal pra mudar de cidade? A resistência pra mudança aumenta! Você vai pensar na casinha tão sonhada decoradinha e tal. Uma mudança que poderia significar um grande salto na sua carreira e vida pessoal, pode ser jogada pro alto sem você perceber…

 

Resumidamente:

Você esgota suas economias pra dar uma entrada na casa própria e ainda continua pagando aluguel (do dinheiro), além de perder a liberdade e muitas vezes a chance de dar uma guinada na vida. Conhecemos gente de todo o tipo, alguns lidam muito bem com parcelas e ao mesmo tempo conseguem explorar o mundo, mas esses são exceção!

Veja como não vale a pena financiar um imóvel:

Imóvel: de R$ 405 mil
Entrada: de R$ 100 mil
Taxa de Juros: 9,5% a.a.
Prazo: 20 anos (240 meses) – Amortização Constante (SAC)
Valor da Primeira Prestação: R$ 3.700
Última Prestação: R$ 1.300
Custo Total: R$ 612 mil

 

Quando paramos pra analisar os números temos que lembrar que além de perder a liberdade ao colocar suas economias na entrada do apê, você perde também um valor de oportunidade. Se você aplicar a grana da entrada + uma parte do que pagaria de parcelas (parcela + juros + seguros + taxa de administração do banco), aí a diferença fica monstruosa. Dá uma olhada nesse vídeo que a Nathi, do “Me Poupe” fez: Youtube.com/mepoupe

 

Financiamento de automóvel

E agora veja como não vale a pena financiar um carro:

Carro: de R$ 50 mil

Entrada: de R$ 12,5 mil

Taxa de Juros: 25,55% a.a.

Prazo: 3 anos (36 meses)

Valor da Prestação: R$ 1.466,89

Custo Total: R$ 65,3 mil

 

Depois de 3 anos o carro de R$ 50 mil vai valer muito menos, na melhor das hipóteses aproximadamente R$ 35 mil. Quando você coloca aí os custos de manutenção, seguro, IPVA, eventuais sinistros, multas, combustível, estacionamento e limpeza, você começa a entender o motivo para que tantas pessoas optem por não ter carro nas cidades onde existe serviço razoável de transporte coletivo, Uber e similares.

Nascemos nesse mesmo mundo, com ideias parecidas com a maioria, mas fomos questionando e mudando nossa visão. Quando nos comparamos com o “perfil padrão”, dá pra dizer tranquilamente que nossa FIB é maior que a dessas pessoas. FIB? É o indicador mais relevante da vida: Felicidade Interna Bruta.

Não vamos nem falar de outras despesas. As pessoas acumulam inúmeros boletos, porque não sabem quanto ganham e quanto gastam. Tem muita gente pagando mensalmente juros no cartão de crédito, cheque especial e por aí vai. Cara, você distribui e entrega dinheiro para os bancos assim e eu é que sou chique? Dá uma graninha aí pra mim também!

Definitivamente 1: Você não precisa ser rico pra viajar!

Definitivamente 2: Dinheiro pra viajar não cai do céu!

 

Não estamos julgando…

Entenda, não estamos julgando quem usa o dinheiro de forma diferente da gente, o objetivo aqui é mostrar que essa forma de pensar é o que nos permite viajar e que pode fazer com que você e sua família também passem a viajar mais!

Nós trabalhamos, temos 30 dias de férias no ano, temos finais de semana e feriados pra viajar, como a maioria das pessoas. Então, em que somos diferentes? Apenas nas escolhas. Optamos por um estilo que nos faz bem. A verdade é que na nossa cabeça, a gente acha que viaja muito pouco. Acompanhamos pessoas que viajam muito mais, possuem uma vida rica de experiências. Dá pra potencializar esse estilo de vida, sacou?

 

Quer viajar mais? Mas não sabe por onde começar?

Existe uma palavra que resume bem a solução desse caso:  Organização!  Comece colocando em uma planilha, caderno (ou seja lá o que for) todos os seus gastos e ganhos. Saiba exatamente onde e quanto está gastando do seu salário. Mas já avisamos que  pra viajar mais,  muitas vezes é preciso trabalhar mais e economizar muito mais.

Uma dica que facilitou essas anotações de gastos, foi o aplicativo  Money Care   (links no final do post). No celular mesmo, na hora do gasto ou no final do dia, você lança o que gastou com possibilidades de classificação (exemplo: alimentação, transporte, etc.). Ele permite exportar para uma planilha, gerar relatórios e claro, periodicamente você fazer uma análise para descobrir onde foi parar sua grana.

 

Uma linha de gasto que pode te “matar” são os  juros, mais especificamente juros de cartão de crédito e cheque especial. Quer saber como isso acontece? Vamos tomar como base R$ 2.000,00 e que você pague somente R$ 400,00 da fatura do cartão:

Valor do Crédito:   R$ 2.000,00

Taxa de Juros:   15% a.m.

Quanto posso pagar por mês:   R$ 400,00

Total de Juros:   R$ 1.029,31

O cálculo mostra que são necessárias  7,6 parcelas de R$ 400,00 por mês até quitar a sua fatura de R$ 2.000,00 do cartão de crédito.  Vai custar no total R$ 3.029,31, sendo  R$ 1.029,31  de juros! Um absurdo não é?  Fizemos esse cálculo na calculadora do cidadão, no site do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br/calcidadao)

Uma pequena dívida dessa não faz o estrago sozinha. Geralmente o estilo de vida que provoca essa bagunça financeira está no acúmulo de gastos. Quando atrasa a fatura do cartão, geralmente está pagando  outras contas vencidas, como condomínio, energia elétrica, escola, etc.

 

Aqui vale uma ressalva importante:

Pagar no cartão de crédito é muito bom, e nós concentramos nossos gastos nele, porém jamais deixamos de pagar o total da fatura. Com o cartão pago em dia, você além de poder ter mais uma forma de controlar e analisar os gastos, pode acumular pontos nos programas de fidelização dos cartões. Dessa forma você pode    transformar os gastos em milhas e viagens, por exemplo.

O grande objetivo deve ser inverter a situação, pois tendo uma  reserva financeira, é possível aproveitar o poder de barganha. Pagar quase tudo à vista ou no cartão sem parcelar, são excelentes formas de “fazer dinheiro” pedindo descontos.

 

Onde economizar?

Cara, dá pra cortar muita coisa em nossos gastos que muitas vezes achamos ser  “necessidade básica”. Aqui vão alguns itens que você pode avaliar para cortar da sua lista:

– Carro, salão de beleza, diarista, empregada doméstica, happy hour, roupas e acessórios de marca, móveis planejados, lavar o carro (semanal), smartphone de última geração, eletrodomésticos novos, TV a cabo, internet no celular, assinatura de revistas e jornais, cervejada noite a dentro, baladas famosas, restaurante do chef tal… É possível cortar alguns desses itens, não é?

(Não é pra cortar tudo também, pois precisamos viver né? Pondere colocando esses itens em uma lista em ordem de importância).

Quer outras soluções?

– Faça “bicos”, tenha um segundo emprego, trabalhe até mais tarde (hora extra), vá trabalhar de ônibus, pegue carona.

Sabe o que mais?

Reclamar, dizer que não é pra você, esperar ganhar na loteria, odiar seu trabalho não fará você viajar!

Ah, e a sensação de ter realizado uma viagem planejada, dentro do orçamento não tem preço! As emoções vividas, ver um sonho realizado, faz com que todo esse esforço seja recompensado.

Somos fãs e acreditamos demais na famosa frase: “Viajar é a única coisa que você compra e te deixa mais rico”.

Então, viu só como é preciso mais do que dinheiro?  É preciso organização!

E ai você está disposto a mudar o seu estilo de vida? Trocar bens e contas por viagens e vivências?

 

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Com carinho,

Grasi e Lu

 

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