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Caminhos de Pedra, Bento Gonçalves: Dicas, mapa e paradas imperdíveis

História e delícias gastronômicas no Caminhos de Pedra em Bento Gonçalves

A poucos quilômetros do centro de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, fica uma região conhecida como Caminhos de Pedra. Esse caminho guarda a cultura, a arquitetura, a história e os costumes dos imigrantes italianos que se estabeleceram ali desde o final do século XIX. O roteiro Caminhos de Pedra é Patrimônio Histórico do Rio Grande do Sul desde 2009. Ele concentra o maior acervo arquitetônico da imigração italiana em meio rural do país. São 12 Km de extensão oferecendo cultura, história, beleza rural, gastronomia e arquitetura em vários pontos de visitação.

O roteiro recebeu este nome devido ao estilo arquitetônico da maioria das casas da região, que são feitas de pedra. Os imigrantes italianos construíam suas casas com pedras porque Bento Gonçalves se encontra sobre um derrame de basalto. A pedra era matéria prima abundante e gratuita para construir seus lares. Em suas centenárias casas de pedra, é possível visitar moinhos, cantinas coloniais, fazenda de ovinos, estúdio de teares, pousadas rústicas e muito mais.

Os Caminhos de Pedra inicia no CAT do Caminhos de Pedra (Centro de Atendimento ao Turista), ao lado de um posto de combustíveis. Lá o visitante poderá obter informações sobre o roteiro, esclarecer dúvidas e retirar o mapa do roteiro (como este aqui em baixo). Ele indica as distâncias e localização de todas as casas: tanto das mais de 25 que recebem visitação, quanto das 43 casas históricas que podem ser observadas externamente.

Quer dicas de outras cidades da Serra Gaúcha? Confira nesse post: Serra Gaúcha: descubra o que fazer na região.

Destacamos 5 lugares imperdíveis para conhecer e ainda, dicas de hospedagem, mapa do local e outros pontos interessantes para sua visitação. Confira:

 

Casa Ângelo Restaurante

O restaurante Casa Ângelo fica em uma casa construída em 1889, com pedras de basalto irregular de cor preta. O lugar respira história e é um dos mais típicos do Caminhos de Pedra. Em 1902 o lote onde está localizada a casa foi adquirido por Ângelo Giovanni Righesso. Ele foi um imigrante vindo de Pederobba, província de Treviso, na Itália. De 1919 a 1939, pertenceu a família Gasperim e, a partir de 1939, passou a ser propriedade e moradia da família Merlo.

Em 1992, a Nona Merlo recebeu o primeiro grupo de turistas, marcando o início do roteiro Caminhos de Pedra. A Nona recebia os visitantes, mostrava a casa, contava histórias da família e vendia um cartão postal que fez história. Já em 2007, o lote voltou a pertencer a família de Orlando Righesso Neto, bisneto de Ângelo Giovanni Righesso, o primeiro proprietário. E desde de 2015 começou a funcionar ali o restaurante Casa Ângelo.

Para abertura do restaurante, foi feita uma restauração minuciosa para preservar os detalhes originais. O restaurante se divide em três áreas, com duas salas no primeiro piso e o sótão, chamado de “granaro”, porque servia como isolante térmico e para armazenagem de grãos e forragens. A Casa Ângelo serve a um preço fixo o rodízio de massas e carnes, que começa com salada acompanhada de salame e polenta. Na sequência, uma sopa de agnolini, também conhecida como capeletti in brodo. Em seguida começam a vir os pratos, massas, carnes e risotos, que são entregues à mesa em pequenas porções e vão sendo repostos constantemente. É difícil dar conta de tanta comida comida boa!

Informações: R$ 68,00 por pessoa. Abre de Terça à Domingo, das 11h30 às 15h. Tel.: (54) 3455-0175.

Casa da Erva-Mate

Construída onde funcionava o antigo moinho Cecconello de 1884, a Casa da Erva-Mate é exemplo da influência cultural dos imigrantes da região. Esse é um dos cartões postais marcantes desse roteiro. A casinha e o rio que passa por ela formam uma paisagem única e imperdível.  A erva-mate é uma planta muito comum na região, e antigamente já era utilizada pelos índios. O imigrante italiano, além de absorver o hábito, agregou a tecnologia que permitiu a produção em grande escala.

Na Casa da Erva-Mate você pode conhecer o processo de produção artesanal com soques movidos a roda d’água. Na loja, que funciona no porão da residência, o Sr. Ferrari explica ao visitante todo o ritual da preparação do tradicional chimarrão gaúcho seguido de degustação, claro! Afinal, a visita a uma casa de mate tem que contar com a degustação de um tradicional chimarrão. Na lojinha tem também uma grande variedade de artigos e produtos ligados à erva-mate, como cuias, bombas de chimarrão, souvenirs do RS. Além disso, você pode comprar a erva-mate fresquinha feita por eles. Lógico que os sulistas aqui levaram muita coisa dessa lojinha, hehe.

Informações: A visita custa R$ 10,00 por pessoa. Aberto diariamente, das 9h às 18h. Tel.: (54) 3455-6427

Casa das Cucas Vitiaceri

Minha mãe (Grasi falando aqui) sempre fazia cucas em casa e a minha preferida era a de uva! Quando colocamos os Caminhos de Pedra, na rota por Bento Gonçalves, logo falei: “preciso ir na Casa das Cucas”! E que cuca maravilhosa! Saborosa e quentinha! A casa é uma graça, com arquitetura típica da região. A loja fica no porão, mas a Nani e a Priscila, que atendem lá, foram tão queridas que ofereceram a janela da casa pra gente fazer umas fotos.

Na Casa das Cucas Vitiaceri, além das tradicionais “cucas” doces e salgadas, possui mesinhas pra você sentar e tomar um café. Também são vendidos espumantes, vinhos e sucos de uva, já que a propriedade também tem uma vinícola. Entre os vinhos produzidos na Vitiaceri, estão o Chardonnay, o Merlot e o Cabernet Sauvignon, além de espumantes Moscatel e Brut.

O espaço oferece também dois tipos de piquenique que podem ser feitos nos jardins da propriedade. Um deles é o Tradicional que inclui um espumante, copa, salame italiano, queijo, salada, três tipos de frutas, calda de chocolate, geleia, nata, pão e cuca. O outro é o Gourmet, que possui espumante, iscas de carne, batatas recheadas e gratinadas, salada, cuca, pão colonial, nata e molho para carne. Em dias de sol, o piquenique é servido ao ar livre em edredons com almofadas no jardim. Mas se o tempo não estiver bom, é possível fazer o piquenique em um confortável pergolado fechado com vidros. Durante o período da colheita da uva, o turista pode fazer um passeio pelos parreirais e colher suas próprias uvas.

Informações: Tel.:(54) 3455-6362 e www.vitiaceri.com.br

Parque da Ovelha

Bem no coração do roteiro Caminhos de Pedra está o Parque da Ovelha, que possui fazenda, fábrica artesanal de laticínios e um parque de vivências. Seu casarão principal foi construído em 1917 e mantém as características originais, com a arquitetura colonial típica da região.

O Parque da Ovelha é um passeio interessante para todas as idades, já que lá o visitante pode participar da amamentação dos cordeirinhos, fazer um passeio para ver o rebanho, fazer uma observação dos falcões, acompanhar um pastoreio de ovelhas, participar da alimentação das ovelhas e da tosquia, além de poder degustar produtos feitos 100% com leite de ovelha. Eu (Grasi) estava doida para conhecer, mas infelizmente não sobrou tempo, fiquei só com as ovelhinhas de pelúcia da loja mesmo, hehe. É um passeio mais demorado, era preciso reservar um bom tempo pra aproveitar bem o ingresso que custa R$ 60,00 por pessoa.

É um local de vivências das rotinas diárias de uma fazenda de ovinos. Ele tem suas atrações em horários que se combinam com os afazeres da fazenda. Uma equipe de monitores faz o atendimento dos turistas e se revezam na loja, com degustações e atrações. O visitante tem a cada 30 minutos o acesso a uma das atrações que podem ser repetidas durante o dia e variam de acordo com cronograma diário. A fábrica de laticínios do local, a Casa da Ovelha, processa aproximadamente 250 mil litros de leite por ano. Produzem iogurtes, doces, queijos e cosméticos feitos a base de leite. Esses produtos estes que podem ser adquiridos na loja do parque.

Informações: R$ 60,00 (adulto), R$ 30,00 (crianças de 6 a 10 anos), Crianças de 0 a 5 anos (isento). Tel.: (54) 3455-6320 e  www.parquedaovelha.com.br

Restaurante Del Pomodoro e Casa do Tomate

A Casa do Tomate e o Restaurante Del Pomodoro foram construídos em 2000. Não é um local antigo, mas foi uma construção totalmente inspirada na arquitetura local, utilizando pedras basálticas. O lugar está no roteiro Caminhos de Pedra porque foi feito em homenagem a um imigrante italiano. Ele cultivava o tomate para o consumo da família e o refrigerante natural (gasosinha). Era produzido em ocasiões especiais (Natal e Páscoa) e conservado em porões de pedra. A atual Casa do Tomate abriga a família que é descendente destes italianos e tem como objetivo preservar a história e a cultura deste tipo de produção. Na fábrica, os visitantes podem observar como são feitos os produtos e a história do tomate. Já na loja, que fica em um porão de pedra basáltica, encontrará produtos artesanais derivados do tomate para degustação e compra.

Ao lado da Casa do Tomate, fica o Ristorante del Pomodoro. Com ambiente rústico de decoração típica e rural, tem na sua decoração vários objetos antigos. Como destaque uma imagem de São Bartolomeu, que é uma peça original trazida da Itália em 1891 pelo patriarca da Família Menoncin. A comida é típica de cantina italiana, com vários pratos caseiros a base de tomate. Além disso tem opções para vegetarianos, veganos e intolerantes à lactose e ao glúten. A polenta mole e o frango estavam divinos! Tudo era uma delícia mas estes pratos se destacaram. Dava pra ver que os ingredientes era bem caseiros, com vários itens da horta. O atendimento dos da equipe do restaurante foi um grande destaque.

Informações: R$ 52,00 por pessoa (rodízio). Tel.: (54) 3455-6292 e www.casadotomate.com.br

Hospedagem

Quem quiser se hospedar dentro do roteiro Caminhos de Pedra e curtir o clima histórico das antigas casas de pedra, a região conta com duas pousadas:

 

Pousada Cantelli

A antiga casa de pedra construída em 1878, por uma família de imigrantes italianos do Vêneto, foi restaurada em 2010 por seus atuais proprietários (a família Cantelli) e transformada em pousada em 2011. Com um estilo rústico, mas muito aconchegante e confortável, a Pousada Cantelli tem quartos com tv, frigobar, wifi e mesa de trabalho, com café da manhã tradicional gaúcho.

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Pousada Casa Barp

Nós ficamos 2 noites nessa pousada e adoramos. Construída pelo imigrante Giovanni Barp em 1878, é uma das mais antigas da região e passou por restauro em 2009. Já a casa de madeira é mais recente, foi construída por volta de 1920 por Camilo Barp. O local tem também estábulo, forno, tanque e poço, tudo original em pedra. Depois da reforma passou a funcionar como pousada, com acomodações simples. Todos os quartos têm TV e banheiro privativo. Além disso, um típico café da manhã italiano é servido diariamente. O diferencial é o atendimento dos proprietários. Eles são muito atenciosos e preocupados com seu bem estar.

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Outras atrações:

Visite também a Vinícola Lovara, Casa di Dolci (onde produz e vende doces típicos italianos como cannoli, profiterole, sfogliata e tiramisù), Casa da Tecelagem (que faz peças em teares artesanais), Casa e Cantina Strapazzon e até um estúdio fotográfico onde é possível tirar fotos profissionais com vestimenta típica da época dos imigrantes.

 

Adoramos conhecer esse roteiro! A exploração turística do Caminhos de Pedra ainda está no início e tem um grande potencial. Nos dias que estivemos por lá, em alguns locais estávamos sozinhos, com atendimento praticamente exclusivo.

Muito interessante conhecer um pouco sobre a vida dos imigrantes e seus descendentes. O local faz um verdadeiro resgate dessa herança cultural. Esse povo está passando sua história e costumes para as futuras gerações. E o melhor, possibilitando que turistas como nós possamos conhecer um pouco mais sobre a história dos imigrantes italianos no Brasil. Coloque na sua rota!

 

Leia também: 15 cidades bate e volta de Curitiba, da Maíra do Aos Viajantes.

 

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Com carinho,

Grasi e Lu

 

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